As queimadas na Amazônia seguem como uma crescente preocupação ambiental e humanitária. Apenas nos primeiros cinco dias de janeiro de 2025, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) detectou 1.356 focos de incêndio na região, reforçando uma tendência alarmante que já havia se manifestado de forma crítica no ano anterior. Em 2024, o Brasil registrou impressionantes 278.299 focos de incêndio, o maior número desde 2010, representando um aumento de 46% em relação a 2023.
O estado do Amazonas foi o mais duramente atingido, registrando mais de 21.600 focos de calor até setembro de 2024, o pior índice desde 1998. Essa situação levou a uma nuvem de fumaça que sufocou todas as 62 cidades amazonenses, incluindo Manaus, provocando crises respiratórias e colocando em risco a saúde de milhares de pessoas. O cenário catastrófico é agravado por condições climáticas desfavoráveis: a seca severa e as temperaturas elevadas favorecem a propagação descontrolada das chamas.
Especialistas alertam que o desmatamento acelerado e as mudanças climáticas intensificam o problema, ameaçando a biodiversidade, os ciclos hidrológicos e as comunidades locais. No entanto, mesmo diante de evidências científicas robustas e impactos tangíveis, o governo federal atual persiste em minimizar a crise. Autoridades têm atribuindo o aumento das queimadas a causas naturais ou a supostas "campanhas internacionais de desinformação", rejeitando a relação direta com o desmatamento.
A retórica oficial também enfatiza que a economia local depende da conversão de florestas em terras agrícolas e pastagens, ignorando as consequências climáticas e ambientais de longo prazo. Essa abordagem tem enfraquecido as políticas de proteção ambiental, com reduções drásticas no orçamento de agências como o IBAMA e o ICMBio, que lutam para manter operações de fiscalização efetivas.
Enquanto o fogo devora a Amazônia, a indignação se espalha em movimentos silenciosos. Artistas e ativistas, temendo represálias ou censura, optam por ações discretas, mas impactantes. Sem os holofotes da mídia, expoentes da música, literatura e artes visuais estão apoiando financeiramente projetos de reflorestamento e iniciativas que protegem comunidades vulneráveis. Obras de arte inspiradas na destruição da floresta ganham espaço em exposições e redes sociais, alimentando a consciência pública.
Documentários independentes também estão em produção, buscando mostrar ao mundo a verdadeira dimensão da tragédia amazônica e a luta silenciosa de heróis locais para proteger o ecossistema vital. Essas narrativas revelam a batalha desigual entre preservacionistas e interesses econômicos, destacando o papel crucial da sociedade civil e da comunidade internacional.
O combate às queimadas não é apenas uma questão de política interna, mas uma emergência global. A preservação da Amazônia é essencial para o equilíbrio climático do planeta. Sem medidas eficazes de fiscalização e uma mudança drástica na política ambiental, o futuro da maior floresta tropical do mundo permanece sob grave ameaça.
Texto: mostb.com
Imagem: Internet
Fonte: INPE. IBAMA
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